O Relógio Está Acorrentado — Mas Também as Nossas Mentes

Lembrei-me de um jogador que perdeu um lance decisivo por esperar demais. E meu primo, que perdeu um voo em Chicago por ‘só verificar mais uma coisa’ no telefone. Há um padrão: não somos ruins em planejar — somos mestres em adiar o inevitável.

Isso não é preguiça. É ansiedade disfarçada de controle.

O Mitos das 18h20

O aviso diz “Partida às 18h20”. Sabemos que devíamos estar lá às 17h15 — ainda melhor se não voar com Delta ou Ryanair. Mas não. Ficamos. Deslizamos o celular. Bebemos o terceiro café como se fosse uma rebelião.

E então — pavor — chega o anúncio do embarque.

Não é pânico que nos move; é negação. Continuamos pensando: “Ainda consigo fazer”. Como se o tempo fosse elástico e os aeroportos fossem compassivos.

O Tempo Não É Real (Mas a Pressão É)

Nas finais da NBA, os jogadores não ganham minutos extras só porque estão nervosos. Ainda assim, tratamos o tempo como se dobrasse para nós.

Psicólogos chamam isso de “desconto temporal”: valorizamos conforto imediato em vez de consequências futuras, especialmente sob estresse. Por isso você ainda está de jeans na porta C enquanto alguém ao lado já guardou a mala e lê The New Yorker.

Não estamos atrasados por preguiça — estamos atrasados por medo do que vem depois.

Ansiedade no Aeroporto e a Ilusão de Controle

Pensei que era só má gestão até ver um terapeuta depois de cobrir a jornada mental de Kevin Durant em 2023.

Ele disse algo que grudou: “Você não adia voos por falta de disciplina — adia porque tem medo do que vem em seguida.”

Esse momento mudou tudo.

Chegar cedo significa enfrentar realidades: decidir agora, registar bagagem agora, gerir emoções agora. Esperar dá uma falsa sensação de segurança — como se esconder debaixo do cobertor durante trovoada, em vez de encará-la cara a cara.

E Se Reframássemos o ‘Na Hora’?

tem decolar antes mesmo de chegar? O verdadeiro problema não é perder voos — é construir vidas evitando desconforto. O momento em que pararmos de temer chegar e começarmos a abraçar preparar-se, recuperaremos controle sobre muito mais do que passagens.