Trabalho Basta?

O Empate Que Não Parecia Vitória

Foi 2-2 no Estadio Monterrey — não houve confetes, nem palco. Apenas silêncio após o apito final, e a minha garganta apertou como asfalto à meia-noite. Vi os olhos deles: não com alegria, mas com exaustão. Não comemoraram porque sabiam: vencer não é marcar gols — é ser visto.

O Mito Que Jogamos

Dizem que esforço paga. Mas em Chicago, nas quadras rachadas sob luzes intermitentes, ensinei meninos que driblam por becos concretos enquanto seus pais dormem — porque alguém tem o holofote. Um meia-campista do River Plate disse: ‘Não nos falta esforço — nos falta acesso.’ O sistema não recompensa garra; recompensa geografia.

Quando a Bola Vira Espelho

Pensava que se treinassem mais, subiriam. Mas vi Mariano sozinho no banco — não como herói, mas como homem que carrega sonhos pesados em silêncio. Suas mãos não estavam calosas de chutes; estavam calosas de esperar. A multidão não rugiu — lembraram-se dele em silêncio. Você tem benvindo? Não — você foi esquecido até o último minuto. Por isso escrevo — não por visualizações, mas porque em Southside, outro menino ainda dribla sozinho ao entarde, perguntando: Trabalho basta?