O Silêncio por Trás da Vitória

O Empate Que Mudou Tudo

Foi o jogo #25: Remo vs. Oyaba Sport — 0-0. O relógio marcou meia-noite. Nenhum grito. Apenas silêncio.

Sentei-me num apartamento alugado em South Chicago, observando pelo telefone enquanto meus vizinhos dormiam. Nenhum gol — apenas três minutos de respiração contida em todo o estádio.

Isto não é basquete. Nem futebol.

É a vida.

O Mito da Vitória

Diziam-nos que campeões são os que marcam gols. Mas vi: Volta Redonda venceu Railway Worker 1-0… e depois perdeu para New Orizantem 3-2 semanas depois.

O verdadeiro campeão? Aquele que apareceu depois da derrota. Aquele que voltou quando ninguém acreditava nele.

O Silêncio Entre os Gols

72 jogos disputados. 34 terminaram em empates. Não falhas — apenas pausas.

Em São Paulo, os torcedores não gritaram após empates 1-1 — sussurraram orações em vez disso. Às 3h, após o apito final, homens velhos acendiam cigarros e olhavam telas como profetas.

Quem Se Lembra?

Os dados dizem: ‘empate’ é neutro. Mas emoção? É sagrada. Quando Remo empatou com Avaí — 0-0 — e depois esmagou-os na semana seguinte? Não foi sorte. Foi disciplina forjada no fogo, dentro de uma liga cuja identidade foi escrita pelas suas cicatrizes, não pelos seus estatísticos, nem pelo seu número de camisa, pois aqui… você aprende que vitória não vem de marcar gols — vem de aparecer novamente.